«Parece-me claro que esta forma ambiciosa, e conseguida, de se iniciar um livro de poesia sobe o grau de expectativa acerca do que vem a seguir, expectativa que a leitura confirmou como unidade conseguida e, mais, indispensável.
Tal como no livro de estreia, a inadequação à realidade é um leitmotiv, e não só se mantém, como parece crescer em relação ao primeiro livro, o que poderá significar, se a cronologia da feitura dos poemas se ajustar com a sua publicação, que a poesia de Paulo Tavares reflecte, com o rigor de um instrumento de medida, o agravamento social do presente e do futuro em que vivemos.»
Nuno Dempster (que também escreve o posfácio a Em cidade estranha, de Daniel Francoy), em A Esquerda da Vírgula.
«Exacerbado ou não, o pendor expressionista desta escrita dá lugar a uma crueza e autoironia raras na poesia portuguesa mais recente: “Agora, olhas-me/ com os mesmos gestos estáticos,/ enquanto o coração palpita noutro lugar/ e a boca vai soltando larvas e morcegos.// Podes dizer-me que morreste./ Os mortos entendem-se bem.” Algures entre a rutura e a evidência, temos sérias razões para acreditar que o grito deste poeta não é apenas mais um esgar retórico.»
Manuel de Freitas, Suplemento Actual, Expresso, 3 de Julho de 2010.
Tal como no livro de estreia, a inadequação à realidade é um leitmotiv, e não só se mantém, como parece crescer em relação ao primeiro livro, o que poderá significar, se a cronologia da feitura dos poemas se ajustar com a sua publicação, que a poesia de Paulo Tavares reflecte, com o rigor de um instrumento de medida, o agravamento social do presente e do futuro em que vivemos.»
Nuno Dempster (que também escreve o posfácio a Em cidade estranha, de Daniel Francoy), em A Esquerda da Vírgula.
«Exacerbado ou não, o pendor expressionista desta escrita dá lugar a uma crueza e autoironia raras na poesia portuguesa mais recente: “Agora, olhas-me/ com os mesmos gestos estáticos,/ enquanto o coração palpita noutro lugar/ e a boca vai soltando larvas e morcegos.// Podes dizer-me que morreste./ Os mortos entendem-se bem.” Algures entre a rutura e a evidência, temos sérias razões para acreditar que o grito deste poeta não é apenas mais um esgar retórico.»
Manuel de Freitas, Suplemento Actual, Expresso, 3 de Julho de 2010.